2.3.06

 

Informática para todos os docentes do 1.º ciclo - Uma anedota?

Considero uma total anedota a proposta do Ministério da Educação, o chamado programa Informática para todos os docentes do 1.º ciclo.

Reparem que vão gastar 5,3 milhões de euros para esta acção seja levada aos cerca de 30 mil docentes do 1.º ciclo, visando ensinar a criar e nomear uma pasta; digitar, gravar e imprimir um texto; aceder à world wide web; entrar num motor de busca; pesquisar sobre um tema dado e imprimir páginas; ler uma mensagem e imprimi-la; enviar uma mensagem, anexando um texto. Coisas difícilimas, não haja dúvida.Só mesmo em Portugal para tratar os professores como ignorantes digitais, passando-lhes um autêntico atestado de incompetência pois são actividades extremamente fáceis e ainda se anuncia esse facto como se fosse um grande feito... E nem ensinam a fazer blogues!

Vá lá que, de acordo com o Jornal de Notícias, teremos um Programa mais exigente a partir de Setembro.

Coloco aqui o artigo publicado no Diário de Notícias:

Todos os professores do 1º ciclo vão ter acesso a acções de formação em informática até Junho deste ano lectivo. Serão destacadas equipas das Escolas Superiores de Educação (ESE) para visitarem pelo menos quatro vezes cada uma das 7500 escolas existentes, ministrarem formação em tecnologias de informação e, no final, fazerem um teste de uma hora a cada professor para que essa competência lhes seja certificada.

Os protocolos para que esta acção seja levada aos cerca de 30 mil docentes do 1.º ciclo serão hoje assinados pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e pelas ESE dos 18 distritos do continente (na Madeira e nos Açores as escolas estão sob a tutela dos governos regionais). Estará também presente o ministro da Ciência e do Ensino Superior, Mariano Gago, responsável pela canalização de 5,3 milhões de euros do POSI (Programa Operacional para a Sociedade de Informação) para o projecto. Aliás, cabe a Mariano Gago o lançamento em 2001 deste projecto: sucede que só agora será executado em larga escala.

A ideia-chave do programa é fornecer aos professores informação básica de manuseamento de computadores e de utilização da internet. Nada de sofisticado, como provam os conteúdos previstos para o teste de uma hora a que se terá de sujeitar quem quiser ficar com as competências informáticas reconhecidas. São sete os pontos que terão de dominar: criar e nomear uma pasta; digitar, gravar e imprimir um texto; aceder à world wide web; entrar num motor de busca; pesquisar sobre um tema dado e imprimir páginas; ler uma mensagem e imprimi-la; enviar uma mensagem, anexando um texto.

Depois da instalação de computadores e de ligação à banda larga nas escolas, colocou-se ao Governo a prioridade de todos os professores terem uma base comum a partir da qual poderiam orientar os seus alunos. Ainda antes da assinatura dos protocolos de hoje, várias ESE começaram a seleccionar e a preparar as equipas de monitores que irão levar a formação à escolas, estabelecendo objectivos e metodologias. E, pelo menos no caso de Aveiro, as equipas já iniciaram as suas acções de formação.

Após este primeiro round pelas escolas até Junho é intenção dos ministérios da Educação e da Ciência continuarem com programas idênticos nos próximos anos lectivos.

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